Do aprendizado à criação do sistema que opera a maior usina controlada remotamente pela ENGIE Brasil Energia
Que nós somos apaixonados por SCADA, vocês já sabem.
Que nós somos experts em desenvolver sistemas SCADA de alta complexidade, principalmente para geradoras de energia, vocês também já sabem.
O que vocês talvez não saibam é que a SCADAHUB é a responsável por desenvolver o gateway de comunicação e o sistema supervisório de operação remota para a Usina de Itá, a maior Usina Hidrelétrica a ser comandada remotamente pela ENGIE Brasil Energia.
O post de hoje é um compilado de depoimentos que contam a história do pioneirismo desta empresa que vos fala, além do orgulho de poder celebrar mais esta conquista.
But first, let me share a history:
Para entender a magnitude do trabalho que desenvolvemos, é preciso conhecer a Usina de Itá.
A usina de Itá está localizada no rio Uruguai, no município de Aratiba (RS) e entrou em operação no ano 2000.
A história da UHE Itá teve início na década de 1980, quando a então responsável Eletrosul – Centrais Elétricas do Sul do Brasil S.A. começou a realizar estudos sobre a exploração energética do rio Uruguai. Em 1983, a estatal obteve concessão de 30 anos para o primeiro aproveitamento do rio. A subestação de Itá foi inaugurada no dia 19 de setembro de 1987.
Atualmente gerida pela ENGIE, a usina possui 1.450 MW de capacidade instalada, em cinco unidades geradoras com turbinas verticais tipo Francis de 290 MW cada.
A concessão da Usina tem validade até 2030 e pertence ao Consórcio Itá, no qual a ENGIE participa majoritariamente com 77,7% da capacidade instalada e dispõe de 564,7 MW médios de garantia física para comercialização.
“A usina de Itá é a maior usina hidrelétrica da ENGIE e foi a primeira construída no Brasil em parceria público/privada, o que representou na época da construção a maior obra da América Latina. A UHE Itá é responsável por cerca de 30% da energia consumida no Rio Grande do Sul e 50% da energia consumida em Santa Catarina.
A ENGIE começou um processo de supervisão remota das suas plantas para a otimização de mão de obra, gestão de custos e estabeleceu um centro de operação em 2016 e, desde então, todas as usinas que eram operadas localmente vieram para cá [Florianópolis] num processo que deve ser finalizado até 2023. Itá é a penúltima usina que estamos trazendo para o Centro de Operações Remoto.
Todo esse processo faz parte de uma filosofia da ENGIE de otimização de recursos (que é enorme), além de uma série de vantagens; como a qualificação do corpo profissional, recursos de comunicação muito mais disponíveis, perto do centro de poder(…) então é possível imaginar o que representa uma sala de controle como essa que temos aqui, que opera cerca de 6% da capacidade instalada do país. Aqui estamos perto do centro de poder, das tomadas de decisão e etc”, diz Elinton A. Chiaradia, gerente de operações da ENGIE Brasil Energia.
Lendo assim, podemos até acreditar que todos esses passos e decisões aconteceram de forma óbvia e instintiva. Mas, segundo Thiago Vilas Boas, que é coordenador de sistemas e engenharia de operação da ENGIE, cada uma das etapas que levaram até a criação do centro de operação remoto passou por inúmeros desafios: “Operar remotamente uma usina foi, antes de tudo, colocado à prova. Primeiro foi a fase do ‘vamos testar’ uma planta pequena para ver se funciona com a operação remota. Depois, trazer as [usinas] que já eram operadas remotamente para um centro de controle e, por fim, operar uma usina de grande porte.
Ninguém nunca tinha feito uma usina de grande porte que fosse operada remotamente como a gente faz hoje. Então, Itá (e outras hidrelétricas da ENGIE) vem para evidenciar que a ENGIE venceu todos os desafios tecnológicos quando o assunto é operar remotamente uma planta”.
Como a SCADAHUB entra nessa história?
Quem narra o início da relação entre SCADAHUB, ENGIE e a Usina Hidrelétrica de Itá, é o nosso Diretor de Projetos – e dono de uma ótima memória -, Simón de Lizarza.
“O centro de operação da ENGIE nasceu num projeto que foi, em teoria, um protótipo desenvolvido em 2016 para trazer o comando de duas usinas (duas PCHs – pequenas centrais hidrelétricas e uma usina hidrelétrica de grande porte) para a sede da ENGIE em Floripa.
Na época, eles tinham um contrato de operação com uma empresa terceirizada que operava essas usinas. Porém, já há alguns anos a equipe da ENGIE conversava conosco sobre centralizar a supervisão, com o objetivo principal de diminuir custos nas usinas e melhorar a qualidade do trabalho.
Isso porque, para operar uma usina, normalmente você precisa de uma equipe 24/7 na planta, o que é um custo alto. Como são várias usinas, são várias equipes em locais diferentes e com vários custos.
Eles [ENGIE] aproveitaram um momento em que ficariam sem equipe de operação para encontrar uma solução para operar essas usinas. Foi aí que eles tiraram do papel o projeto de Centro de Operação remota. A SCADAHUB trabalhou com eles ao longo de 2016 e, caso o nosso “piloto” funcionasse e tivesse um bom resultado, eles expandiriam para as outras usinas.
Praticamente todos os projetos que fizemos com a ENGIE passavam por duas etapas: substituir o supervisório que rodava na usina por um supervisório novo (ELIPSE) desenvolvido pela SCADAHUB.
Então, desenhava-mos as telas de novo, revisava-mos toda a lista de pontos, validava-mos as lógicas de controle para garantir que toda a parte de sinalização estava funcionando e, por fim, a arquitetura de comunicação.
Depois, testava-mos e colocava-mos para rodar no Centro de Operação remoto. Na usina fica uma equipe atuando em horário comercial enquanto que no COG fica outra equipe operando remotamente 24 horas por dia”.
De braços alados: SCADAHUB & ENGIE
A história não mente: tudo o que envolveu as primeiras iniciativas para operar remotamente as usinas hidrelétricas da ENGIE, foi avaliada e calculada para diminuir riscos de erro e criar do zero um universo de trabalho e produtividade totalmente inovador.
Para isso, inevitavelmente essa parceira precisava de um prestador de serviços à altura. E foi aí que o nosso telefone tocou!
“Assim como mencionado pelo Thiago, todo o nosso processo começou com as usinas menores, mas a gente sempre soube que em algum momento também faríamos o mesmo trabalho com a Usina Hidrelétrica de Itá.
Da relação com a SCADAHUB, quando chegamos no projeto de Itá, a gente já tem uma aplicação bastante madura, fruto de todo o trabalho que desenvolvemos nos anos anteriores e que nos possibilitaram errar e aprender. Com isso, melhoramos o nosso desenvolvimento, melhoramos a nossa relação e, com relação a Itá, posso afirmar que foi tudo muito tranquilo, pois nós confiamos no trabalho da SCADAHUB e sabíamos, desde o início desse projeto, que seria algo bem fluido. E isso nos dá ainda mais segurança para os próximos trabalhos. É tudo muito trabalhoso, pois passamos horas nas usinas, mas a SCADAHUB nunca foi uma escolha que nos colocou dúvida.”, conta Rodrigo S. de Campos, engenheiro de sistemas de operação da ENGIE.
“Essa é a definição de um bom trabalho a quatro mãos. Quando eu falo sobre Itá, sempre comento como foi fundamental esse estreitamento entre as equipes. Essa confiança que uma empresa depositou na outra. Saímos de cada projeto, inclusive deste, muito mais experientes e com uma linha de trabalho infinitamente mais refinada”, ressalta Simón.
“A ENGIE tem um framework rigoroso para que a gente atenda remotamente. Tudo o que diz respeito ao pessoal bem treinado, aos aspectos de segurança, a um sistema SCADA extremamente confiável para esse trabalho(…) a ENGIE busca sempre o que é de extrema confiança”, finaliza Elinton.
Há benefícios em operar uma usina de forma remota?
Talvez uma das principais dúvidas em torno desse trabalho esteja ligado aos reais benefícios proporcionados. E olha que são muitos, principalmente com relação à segurança da operação e das informações.
“Historicamente, a operação remota precisava ser tão eficiente quanto a operação local. Hoje, quando fazemos uma análise, conseguimos identificar pontos que são possíveis somente na operação remota e não na local. Ou seja, isso torna a operação remota ainda melhor e mais segura”, é o que aponta Adrisson Consoni, engenheiro de sistemas de operação da ENGIE.
“O que estamos querendo dizer com tudo isso é: quando decidimos fazer uma operação remota, havia um viés forte de redução de custo, de otimização de pessoal e etc. Mas, veio precedido de uma avaliação sob um aspecto de segurança extremamente crítico aqui pra gente.
Nesse aspecto de risk assessment, a gente tem um framework para seguir. Embora estejamos operando usinas remotamente desde 2002 (operamos a usina de Passo Fundo a partir de Itá) e o nosso centro aqui tenha sido implantado em 2016, nossa experiência com operações remotas começou há 20 anos. Sabemos da importância de oferecer mais agilidade, capacidade e segurança na operação das usinas”, ressalta Elinton.
O que vai acontecer a partir de agora?
Até a data de lançamento desta pauta, ENGIE e SCADAHUB já concluíram as atividades para o telecontrole da Usina Hidrelétrica de Itá.
Em junho começou, provisoriamente, o telecontrole assistido. Isso significa que a usina foi controlada a partir do centro de operação em Florianópolis (SC), porém, com operadores presentes lá na Usina (RS) e realizando o turno de 24/7.
Já a operação desassistida (e permanente) começou, efetivamente, no dia 1° de julho de 2022.
Durante a 10° edição do Energy Show, em Florianópolis, Rodrigo Campos apresentou este projeto como case da SCADAHUB no painel GTD.
Assista ao conteúdo completo no vídeo abaixo ou em nossa página do YouTube 🙂