Constantemente em busca de uma realidade utópica, a humanidade há muito procura meios e saídas para destilar seus desejos, habilidades e descobertas em territórios paralelos à realidade.
O movimento que hoje está mobilizando empresas dos mais distintos segmentos a investir milhões de dólares na criação de comércios virtuais dentro do Metaverso, começou a dar seus primeiros passos lá em 2003 (antes do Orkut e do MSN) com a criação da Second Life.
Quem é vivo tem história e, se você já estava antenado nas mudanças do mundo nos anos 2000, com certeza deve se lembrar do choque causado na época. A Second Life é (sim, no presente, porque ela continua ativa) uma plataforma de socialização que lembra muito os jogos de RPG – sem toda aquela fantasia, mas cheia de interações.
Numa escala de tecnologia bem menor, a Second Life pode ser comparada, também, ao episódio San Junipero, da série Black Mirror, disponível na Netflix.
A rede não é considerada um jogo, pois não tem qualquer objetivo definido. Você, através da movimentação de um avatar (que pode ser criado com os mais ricos detalhes) pode passear e fazer tudo o que estiver dentro das regras permitidas.
A intenção de criar uma personagem dentro da Second Life era, como o próprio nome propõe, ter uma segunda vida mesmo. A plataforma foi, inclusive, descrita por muitos (e por algum tempo) como uma válvula de escape incrível – o que parece ser muito bom, porém, perigoso para usuários que buscam uma fuga exagerada da realidade.
Além de um Universo vasto e rico, a rede também oferece uma economia própria, que possibilita a troca de linden dollar (nome da moeda existente somente dentro da rede) por reais, o que sustenta o fomento de criadores de conteúdo por lá.
Durante o auge da pandemia, palestras, encontros, shows e visitas a museus foram atividades muito disputadas, já que no ambiente virtual não existia a Covid-19.
Amizades e relacionamentos amorosos também começaram dentro da plataforma e se mantiveram fora dela.
Mas, como nem tudo são rosas, mesmo com o passar desses 19 anos, a Linden Lab (empresa dona e responsável pela Second Life e a Tília) enfrenta processos por falha de segurança, abusos e lavagem de dinheiro.
Metaverso e o “novo mundo” virtual
Apesar do status de revolução tecnológica, principalmente após o anúncio da mudança do nome Facebook para Meta, feito em outubro de 2021 por Mark Zuckerberg, o conceito de Metaverso não é bem o que podemos chamar de novo.
A expressão, que é usada para dar nome a um espaço virtual compartilhado, onde as pessoas podem interagir e realizar atividades através de óculos especiais e outros equipamentos, foi publicada pela primeira vez pelo escritor Neal Stephenson em 1992, no livro “Snow Crash”.
Quase três décadas depois, foi a vez de Steven Spielberg abordar o tema nas telas do cinema, com o lançamento do filme “Ready Player One” – disponível atualmente no streaming Amazon Prime Video.
De forma bem objetiva, o Metaverso é um ambiente virtual imersivo, coletivo e hiper-realista, onde as pessoas poderão conviver usando avatares customizados em 3D. Em outras palavras, o Metaverso é uma evolução da nossa internet atual.
Mais do que navegar na internet, será possível viver dentro dela!
Na prática o óbvio parece simples: ao colocar um óculos de realidade virtual, junto de fones de ouvido e sensores, é possível viver dentro de um mundo virtual online com realidade aumentada, avatares holográficos em 3D, vídeos e outros tantos meios de comunicação, onde tudo pode ser inventado, graças aos espaços fictícios.
Ainda que seja necessário utilizar alguns equipamentos específicos para “viver” dentro do Metaverso, o termo não se refere a um tipo de tecnologia específica, mas sim a uma mudança grandiosa na forma como interagimos com o mundo digital.
Imagine que no Metaverso, além de reuniões, eventos e atividades cotidianas, será possível organizar encontros entre amigos para atividades que somente existirão dentro deste “novo mundo”. Além disso, você poderá adotar a imagem que quiser, independentemente de gênero, profissão, crença ou qualquer adjetivo que atualmente seja utilizado para defini-lo na vida real.
Assim como na Second Life, o Metaverso também propõe a existência de uma economia própria, com moedas exclusivas disponíveis para a compra de imóveis, acessórios, empresas e itens diversos para os avatares.
O que a SCADAHUB acha disso tudo?
É muito importante ressaltar que este cenário tão mágico do Metaverso ainda não é totalmente possível. Muitas tecnologias precisam ser aprimoradas e desenvolvidas, assim como os equipamentos de realidade virtual também precisam se tornar mais acessíveis à população em geral.
Fanáticos por tecnologia que somos, vivenciar a existência da Web 3.0 e da integração entre o mundo real e o mundo virtual, é algo que enche os nossos olhos e os nossos corações de alegria.
Pare alguns instantes para imaginar as possibilidades que se abrem para o universo da automação.
Porém, ainda vemos muitas limitações neste novo universo que, apesar de genial, ainda não é capaz de reproduzir uma das situações mais características daquilo que chamamos de realidade: o inusitado.
O sabor de tudo o que vivemos, aprendemos e criamos está, quase que totalmente, ligado àquilo que não controlamos ou não temos total conhecimento. A Coca-Cola, fruto de uma mistura mal calculada e totalmente inesperada, é um dos melhores exemplos que podemos trazer para este post.
Desejamos fortemente que os avanços tecnológicos nos levem para níveis mais elevados de interação, mas, assim como na vida de carne e osso, a realidade virtual ainda precisa de muitos ajustes.